Especialistas debatem os aspectos contemporâneos da cultura em live da OAB Nacional

A OAB Nacional, por intermédio de sua Comissão Especial de Cultura e Arte, promoveu, na noite desta segunda-feira (7), uma rodada virtual de debates sobre a situação atual da cultura no Brasil. O evento, chamado “Conversas Contemporâneas sobre Cultura”, foi gratuito e transmitido pelo canal da OAB Nacional no YouTube.

O presidente da comissão, Ricardo Bacelar, abriu a rodada de conversas destacando que, mesmo em meio à pandemia, a fertilidade do setor cultural brasileiro não tem sido afetada, apesar de a produtividade ter sido forçada a sofrer uma diminuição. A vice-presidente da comissão, Manuella Vergne, participou do evento na condição de mediadora. 

Iniciando as exposições, a especialista em Direito Empresarial e do Seguro, Carmem Iris Parellada Nicolodi – que também é presidente da Comissão de Assuntos Culturais da OAB-PR e membro da comissão Especial de Cultura e Arte da OAB Nacional – falou sobre a necessidade imposta de uma adaptação ao novo panorama cultural com a crise sanitária. Ela fez paralelos entre cultura e alimentação, citando exemplos de filmes, séries e músicas que abordam os dois temas. “Os produtos culturais têm o poder de nos remeter a outros locais, sermos tomados por sensações, despertam em nós emoções distintas. E isso certamente se potencializou nesta época de isolamento social, em que o consumo desses produtos aumentou muito”, afirmou.

Para o diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pós-doutor em Antropologia, Julio Cesar de Sá da Rocha, a cultura precisa ser mais encarada e entronizada na sociedade como garantia prevista nos artigos 215 e 216 da Constituição Federal. “Na minha visão, a cultura está no centro entre antropologia e direito, que não por acaso são as áreas que escolhi. Eu gosto muito da vivência social, da realidade experimentada, do que é possível, de fato. Logo, não sou tão legalista, mas entendo que para efetivar esses ditames constitucionais precisamos superar ideias como a diferenciação étnico-cultural sem sentido. Temos bases culturais no Brasil que requerem a suscitação da memória e da verdade”, apontou Rocha.

Os dois expositores utilizaram outros elementos multidisciplinares no debate sobre o cerne da cultura, como religião, matrizes étnicas, memórias, origens, liberdades, construções coletivas e outros. Para eles, não existe o debate da cultura, enquanto tema geral, sem levar em conta o caráter de ampla etnicidade que permeia o povo brasileiro.

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