OAB e conselhos de classe debatem o impacto do ensino remoto na formação profissional

A OAB Nacional e conselhos de classe estiveram reunidos, nesta terça-feira (18/4), para debater a ampliação do ensino remoto nas universidades. O encontro ocorreu na sede do Conselho Federal da OAB, em Brasília (DF). A Ordem foi representada pela secretária-geral do Conselho Federal, Sayury Otoni.

Compareceram ao encontro representantes dos conselhos federais de Medicina, de Biologia, de Odontologia, de Nutrição, de Psicologia, de Engenharia e Agronomia, de Biblioteconomia, de Química, de Farmácia, de Economia e de Fonoaudiologia.

Segundo Otoni, é preocupante a proliferação de faculdades que ofertam cursos na modalidade ensino à distância (EAD). “Diferentemente do que se propaga, o ensino à distância não garante o amplo acesso à educação – pelo contrário. Aqueles que não teriam acesso às universidades mais qualificadas em razão do valor, acabam buscando o diploma nessas instituições que, embora tenham a mensalidade mais acessível, não formam o profissional que o mercado vai absorver”, disse a secretária-geral da OAB.

A qualidade do ensino é um ponto que aflige a presidente da Comissão Nacional de Educação Jurídica, Gina Carla Sarkis Romeiro. “Nós temos que ter o cuidado, principalmente, com a qualidade, pois, quando temos um curso que não prima pela qualidade, nos casos das profissões em que se exige o exame para exercício profissional, o aluno, já temos um efeito colateral imediato, que é a não aprovação, e o impedimento do aluno graduado de exercer a profissão”, apontou.

A necessidade de promoção do ensino prático foi um consenso entre os representantes dos conselhos de classe. “Precisamos zelar pelo ensino profissional e parar o sucateamento do ensino superior. Não podemos aceitar a ideia de que o enfermeiro vai se formar sem saber suturar, que o químico vai colar grau sem passar por um laboratório, que o pedagogo não vai passar pelo estágio obrigatório em sala de aula. Não estamos fazendo uma defesa de classe, mas sim, da comunidade, que posteriormente vai sofrer com um profissional malformado atuando”, afirmou Otoni.

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